Educação em tempo integral


Há muito tempo se discute uma forma para melhorar o rendimento escolar de meninos e meninas no país. Pensando nessa questão que o Governo Federal por meio do Ministério da Educação (MEC) criou o Programa Mais Educação .
Criado em 2008 para reduzir as desigualdades educacionais, o Mais Educação oferece por meio de atividades pedagógicas, esportivas e culturais uma opção para melhorar o desenvolvimento educacional e o ambiente escolar, além de valorizar a diversidade cultural.
O programa visa a ampliação de tempo, oportunidades educativas e compartilhar a tarefa de ensinar entre os profissionais da educação básica e de outras áreas, sob a coordenação da escola. Desta forma a  Educação Integral, amplia o universo de interesse e de possibilidades das crianças, adolescentes e jovens.
No Pará o Mais Educação foi implantado logo no inicio em 2008 e atualmente conta com 96 municípios no programa. No inicio do mês foi realizada uma reunião entre o MEC e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para discutir estratégias para que outros municípios entrem para o programa. Segundo o site da secretária, durante o encontro, a técnica do MEC, Tânia Pasqualini, falou sobre seu levantamento anual, e afirmou que no ano passado 10 mil escolas foram atendidas pelo Mais Educação, beneficiando cerca de 3 milhões de crianças e jovens.
O secretário Adjunto de Ensino da Seduc, Cláudio Cavalcante Ribeiro que também esteve presente na reunião disse que o objetivo é contemplar todos os municípios do Estado até 2020. Ainda segundo O encontro teve a finalidade de orientar secretários e técnicos municipais dos municípios sobre o processo de adesão, execução e controle do programa.
Em relação a importância do programa para o desenvolvimento infantil a coordenadora do Mais Educação na Seduc, Vanda Mesquita, que ele é uma parceria entre o estado e os municípios permitindo que os alunos passem mais tempo na escola. “Com nossas crianças e adolescentes passando mais tempo na escola além de terem a oportunidade de aprender mais e melhorar o seu desenvolvimento, elas ficam longe dos perigos sociais como drogas e violência”, diz Vanda destacando que uma das idéias do programa é de oferecer maior proteção por meio de atividades esportivas, culturais e pedagógicas.
Vanda conta que nesses três anos de Mais Educação, só tiverem bons relatos o sobre a evolução do desempenho escolar dos alunos. “Ainda não fizemos uma avaliação concreta sobre andamento do programa, mas de acordo com alguns depoimentos de diretores, professores e pais, os meninos e meninas que participaram do Mais Educação tiveram um desempenho melhor em suas atividades escolares e familiares também.
Na escola Municipal de Ensino Fundamental Julia Barbalho, localizada em Ananindeua (PA), o Mais Educação entra em seu segundo ano consecutivo com excelentes resultados. Com atividades pedagógicas, esportivas, sociais e culturais, as crianças mostraram um avanço no seu aprendizado, foi o que relatou Vanda Cabral, que coordena o programa na escola. “Vejo um grande avanço no desempenho dos alunos, afinal o Mais Educação é uma atividade que oferece novas oportunidades de aprendizado e novas áreas, como musica, rádio-escola, saúde e esporte, além de reforçar as atividades básicas da escola”, diz Vanda.
Compartilhando da mesma opinião, a monitora de letramento, a pedagoga, Sueli do Socorro Afonso, conta que por meio das oficinas, os alunos crescem de várias formas. “O Mais educação, é uma atividade que só veio a acrescentar, tira os alunos das ruas quando não estão em sala de aula, permite também que trabalhem sua alto estima.
Como monitora pelo segundo ano na escola, Sueli, relata que o mais educação esta sendo uma grande experiência para ela. “O programa é um verdadeiro aprendizado, não só para as crianças, mas para mim também. Já trabalhei educação em outras escolas, mas eram sempre particulares. A escola pública é outra realidade que vale a pena vivenciar como educadora”.
Vivenciar o Mais Educação esta sendo sem duvida uma oportunidade valiosa para a estudante Amanda Ataíde, nove anos. “Acho o Mais Educação muito legal, aprendo mais, coisas novas. Os meus pais também acham importante que eu participe das atividades”. Diz Amanda que cursa a 4ª serie na escola.
Outro aluno que tem boas experiências com o programa é Jhonathan Cunha, 10 anos, para o estudante além da melhora escolar como matemática e leitura, por meio das atividades esportivas aprendeu a controlar seu temperamento. “Antes de participar das oficinas era uma garoto com muita raiva, passava muito tempo na rua. Acho que o programa é muito importante aqui na escola, aprendo muito com ele” conta o menino se referindo as aulas de Karatê.
Mesmo com tantos avanços o programa enfrenta suas dificuldades. Uma delas é falta de estrutura física. “Nesse ponto temos alguns problemas, mas com muito esforço e vontade conseguimos contornar”, lamenta a situação a coordenadora, Vanda Cabral. Outra dificuldade que e a coordenação e os monitores sentem, é a participação dos pais dos alunos que é deficiente muitas vezes por falta de tempo devido ao trabalho.
De acordo com o monitor de Karatê, Marcelo Sousa da Silva, os pais deveriam participar mais do programa fiscalizando o desempenho de seus filhos. “Peço sempre para os pais virem ver algumas das aulas, isso facilitaria o trabalho com as crianças”. Marcelo cometa também sobre a educação doméstica dos meninos e meninas. “Tem pais que pensam que é nossa função educar seus filhos, mas não é assim que funciona, a criança também tem que ter uma boa educação em casa, se não trabalho pode não dar certo, por isso acho importante que os pais participem mais do programa”.
Mesmo enfrentando esse problema, a coordenação e o grupo de monitores da escola Julia Barbalho, acreditam que o Mais Educação é uma das melhores ações que já foram criada a favor da educação infanto-juvenil. “O Mais educação foi a melhor coisa que aconteceu no país nos últimos anos” finaliza Vanda Cabral.

Marcos Paulo para o @ecanaamazonia

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